domingo, 22 de maio de 2011

Eu, guia turístico

            Algumas semanas atrás recebi uma difícil tarefa da minha mãe, uma amiga de escola dela de Pernambuco viria passar alguns dias por aqui e traria a filha. No começo não parecia algo muito complicado até descobrir que ela tinha 19 anos e gostava de visitar lugares de beleza natural e obras arquitetônicas. Devo admitir que desse ponto de vista pouco conheço o meu estado e pensei que seria uma ótima oportunidade de fazê-lo.
           Planejei um tour pelo estado. A princípio levaria a garota ao Farol do Cabo Branco, Vale dos dinossauros, Pedra do Cordeiro, Pedra da Boca e à Praia do Jacaré.
        No dia marcado elas chegaram e eu conheci a menina, Clarisse. Ela foi muito simpática e  pareceu gostar das atrações fora de João Pessoa, porém a distância nos impedia. Para não desapontá-la mostrei vídeos da Pedra da Boca e do Vale dos Dinossauros, mas não encontrei nenhum satisfatório sobre a Pedra do Cordeiro.
         Começamos pelo Farol do Cabo Branco que eu já conhecia. Disse que era o Extremo Oriental das Américas. Tivemos um desentendimento, pois ela disse que o ponto mais próximo da África era no Rio Grande do Norte, mas consegui convencê-la que estava errada. Era hora de impressionar a Clarisse com o que aprendi. Falei que o Farol foi inaugurado em plena ditadura militar e que ele  não funcionava para orientar navios, era mais um ponto turístico. Contei ainda que sua forma era única no país, uma vez que todos os outros faróis são cilíndricos e esse é triangular, pois foi baseado em uma planta de sisal. Não sabia como era uma então encontrei essa foto:

 Deixei o melhor para o final, disse que havia um ponto nas Américas mais oriental que  o Farol, ela ficou surpresa e perguntou se era o que ela havia dito, disse que não, ele ficava bem perto de onde estávamos, devido à erosão da barreira do Cabo Branco a Ponta do Seixas assumira esse posto. Ela disse que queria conhecer o lugar, então fomos.



          Por volta das cinco horas eu a chamei para irmos à Praia do Jacaré, onde encerraríamos nosso dia. Assim que chegamos ela deu uma olhada nas lojas de artesanato e ficou admirada com a arte local. Na hora do Pôr do Sol eu lhe expliquei que ela estava ouvindo o artista Jurandir do Sax tocando o Bolero de Ravel, ele apresenta o espetáculo há mais de duas décadas e é o melhor executor dessa música. Ele ainda tocou Asa Branca e outras músicas que não conheço. O espetáculo ainda me impressionava, creio que o Pôr do Sol deixe cada dia único e diferente dos outros.

                 
          No dia seguinte fomos visitar o centro da cidade. Começamos pela Casa da Pólvora,  na verdade uma delas, a única que resisitiu ao tempo. Contei a Clarisse que a fundação da casa datava de 1710 e era a mais 'nova' das três criadas, antigamente ela servia para armazenar armamentos e também para observar  o Porto do Capim. Antes havia ali um museu fotográfico, porém hoje em dia ela estava fechada para visitas. Ao olhar o lugar tentei imaginar como era a 'vila' naquela epóca, isso me fez lembrar que nas minhas pesquisas aquela era a rua mais antiga da cidade.


    Ainda hoje era possível observar o Porto do Capim dali do alto, a vista era deslumbrante. Antes da criação do Porto de Cabedelo, esse era aqui que se realizava todo o comércio de atacado e onde eram realizados os grandes negócios da cidade. Se chamava assim devido à grande quantidade de capim que servia de alimento para os animais de carga.

             O último local que visitamos foi o Theatro Santa Roza. Clarisse cursava arquitetura, portanto querendo impressioná-la falei sobre isso. Disse que a obra tinha estilo neoclássico e era influenciada pelo barroco italiano. Começou a ser construído em 1873, mas só foi inaugurado em 1889, o que totaliza 16 anos de obras. É uma das mais antigas casas de espetáculo do país, serviu inclusive para exibições de filmes. Assim terminamos nosso pequeno tour por João Pessoa. Clarisse agradeceu pela minha companhia e já queria voltar para conhecer mais da capital paraibana e quem sabe da próxima vez possamos conhecer os destinos mais distantes.


Fontes:
Google (imagens )

Um comentário:

  1. Larissa, não precisa fazer outro texto, este está muito bom!!SE a história é fictícia, me pareceu bem real, foi muito boa a sua narrativa.Também gostei muito de como você colocou e caracterizou os pontos turísticos, você medeixou realmente com vontade de visitá-los!!Só há um erro que é pra voc~e tirar o "esse" da parte : "esse era nesse ", o resto está perfeito! Boa sorte!

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